terça-feira, 8 de maio de 2012

ST. MALO O ESPETACULO!

Saímos cedo de Brest, com destino a St. Malo. Chegamos e estacionamos o carro junto com muitos outros, do lado de fora da Fortaleza, depois da defesa da praia e, entramos pelo imenso portão da enorme muralha, que da acesso a cidade. St. Malo deve sua fama e sua riqueza aos feitos dos seus marinheiros e navegadores. Foram marinheiros bretães que viajaram para a America do Sul, em 1698, para colonizar as ilhas Malouines, conhecidas hoje como Malvinas ou Falkland.No século XVII St. Malo era o maior porto francês, famoso pelos seus corsários ou Capitães com licença do Rei para atacar navios estrangeiros. Os mais ilustres foram René Duguay-Trouin (1673-1736) que saqueou o Rio de Janeiro em 1711 e Robert Surcouf (1773-1827)cujos navios saqueavam os navios ingleses da Companhia das Índias Orientais. A cidade antiga é rodeada por muralhas. Subindo as escadas da Porte St.Vincent e caminhando para a direita, encontramos a Grande Porte do século XV. O interior da cidade é um labirinto de ruas estreitas com calçamento de pedra e altas edificações do século XVIII, que abrigam lojas de souvenires, restaurantes de frutos do mar, creperies, praças enormes e lindas.  A Cathédrale St. Vincent com sua sombria nave do século XII, contrasta com seus brilhantes e modernos vitrais do coro, enormes e coloridos. Na cour de La Houssaye fica a majestosa mansão do século XV que pertenceu a Duquesa Anne ( nåo descobri quem seria a Duquesa).  Outra jóia que encontramos foi o Castelo de St. Malo, datado do século XIV, que abriga um museu da historia da cidade e das aventuras de seus corsários patrocinados pelo Estado. Subindo nas torres de vigilância o panorama da costa é impressionantemente belo. No topo da cidade, perto do castelo e dentro dos muros encontramos o Grand Aquarium, em cujo interior existe um tanque de tubarões em formato de anel e ao lado um simulador de passeio submarino em águas profundas, de tirar o fôlego. Como a maré estava baixa, pudemos passar a pé até o Fort National, construído pelo Luis XIV. De lå tem-se uma boa visão de St.Malo. Com a maré baixa, hå boas praias em volta de St. Malo, mas em todas avisos que a maré no local é muito violenta e råpida. Em todos os locais de souvenires existem cartazes mostrando a ferocidade e altura das marés. Lå passamos o dia, almoçamos peixes e frutos do mar, ouvimos musicas com artistas de rua e arrumamos uma vaga num albergue no topo da cidade, com uma bela vista dos arredores. Passeamos e andamos pela cidade até no final da tarde, quando o estacionamento fecharia. Fui pagar e tirar o carro para colocar no estacionamento fora das muralhas. Ai aconteceu! Quando cheguei nåo pensei e desconhecia o problema das marés. Nåo reparei e também se reparasse nåo entenderia o aviso numa grande placa na entrada da cidade. Resultado. A maré havia subido e estava passando por cima dos muros do estacionamento. Muito acima aliås. Eram ondas altíssimas que estouravam no estacionamento. Nele so havia um carro. Um Citroen C3 Picasso, cinza, no meio de um aguaceiro violento. E era o nosso. Único.  Por sorte a água que chegava ao estacionamento escorria para a pista, nåo se acumulando. Fui pagar mås nåo havia mais ninguém para receber. Estava jå fechado a mais de duas horas. Um senhor da banca de revistas deu-me a dica de estacionar perto da porta, onde estaria o carro,  um pouco mais protegido. Que a maré provavelmente ainda subiria mais um pouco. E as malas estavam no carro.  Bem, estava na chuva para se molhar. Peguei a chave, a Marcela ficou me esperando e sai andando o mais rápido possível. A primeira onda por pouco nåo me derrubou, a segunda fez eu perder até a direção do carro, mås dentro do carro, encharcado até alma, consegui colocar onde o senhor da banco me mostrou muito gentilmente. Para sair do carro, outros banhos fantásticos com malas e tudo. Foi difícil e constrangedor subir ruas e passar por muitas pessoas, encharcado, com o tênis chiando e carregando malas até o albergue. Lå até a Gerente se compadeceu do pobre turista e depois que troquei-me pendurou minhas roupas perto do aquecedor a gás e meu tênis também. Ai sim, pudemos curtir a noite andando por aquela cidade medieval, covil de piratas. No dia seguinte iríamos para o incrível Mont-St-Michel. Vejam as fotos na próxima postagem

































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