terça-feira, 27 de março de 2012

CAEN 2

Senti um enorme prazer ao acordar e abrir minha janela no Kyriad Hotel e avistar aquele jardim enorme, o grande estacionamento jå quase vazio aquela hora. Apos o café farto, saímos caminhando pelos arredores do hotel, um bairro calmo, bonito, com amplas avenidas arborizadas, jardins, condomínios de prédios comerciais e, o que procurávamos, o Memorial de Caen. Um museu dedicado a paz, que coloca no contexto os eventos do Dia D da Segunda Guerra Mundial. No amplo jardim que circunda o prédio, bustos, estatuas de heróis. Em frente a entrada do Memorial uma praça com bandeiras dos países que participaram do Dia D e um palco de granito branco, suspenso, exibindo placas comemorativas, honrarias, manifestos da época. Logo no saguão de entrada, suspenso no teto um avião de combate Zero japonês, com seus armamentos. O Museu guarda uma infinidade de armas, uniformes, veículos, utensílios. Até pedaços de muro pichados pela resistência francesa. Fotos e filmes são exibidos ininterruptamente aos visitantes em salas próprias. Na saída, no jardim, sobre um bloco de mármore branco, um enorme revolver com seu cano dado um nø, é um grito ao fim da violência. Uma visita espetacular que valeu o dia. Retornamos então ao Hotel, com o calor demos uns mergulhos na piscina, almoçamos e saímos para passear pela belíssima cidade, que mistura o antigo e o moderno, ruínas de guerra e modernidade. Estacionamos o carro ao lado do Chateau Ducal e, andando, percorremos ruas e avenidas, praças e jardins e fomos descansar na zona portuária, na Avenue de Tourville beirando o rio Orne, nos bancos embaixo de soberbas arvores, tomando um sorvete. Retornamos passando pelo centro antigo, pela feira montada no calçadåo , pela Église St. Pierre e, ao lado do Chateau Ducal encontramos nosso carro. Pleno verão o sol começava a se por após as vinte horas e trinta.  Fomos jantar e tomar uns aperitivos na Rue Graindorge, uma pequena rua repleta de restaurantes nas calçadas e prédios antigos, muito movimentada por turistas. La tomamos cerveja e acabamos por jantar um belo peixe ao molho du chef. Espetacular por sinal, enquanto nos divertíamos com o movimento. Marcela havia marcado encontro a noite, no Restaurante e Café Bois Charbon, na quai Vendeuvre com os brasileiros estudantes de medicina e, levou-me de carro até o hotel e, logo mais saiu para o encontro.  Fiquei no hotel e participei do karaoke noturno com a equipe de diversões do hotel e demais hospedes, tomando cerveja e comendo tira-gostos. Quando Marcela chegou eu ainda estava cantando. No dia seguinte, usando o hotel como base, sairíamos para cidades praianas próximas. Nosso primeiro destino seria Ouistreham, cujas praias faziam parte da Muralha do Atlântico, uma poderosa defesa dos alemães para evitar um assalto pelo Canal da Mancha. E foi  uma das principais praias do desembarque aliado. Vinte e dois quilômetros nos separavam de Ouistreham e, antes porém passaríamos pela Ponte móvel sobre o rio Orne, denominada Pegasus Bridge, em honra a Companhia Pegasus britânica, de planadores, que a tomaram dos alemães após uma tremenda batalha que durou dois dias, com baixas enormes de ambos os lados. Esta seria uma região das mais fortificadas da Muralha do Atlântico, abrangendo pequenas cidades como Arromanches, Cabourg, Merville, Franceville e Deauville,  que, em linha reta chegava a Caen e de lå para Paris seria rápido. Continua......





















PEGASUS BRIDGE - MERVILLE - FRANCEVILLE

Saímos logo após o café e, em poucos minutos, exatamente 9 quilômetros, estávamos na Pégasus Bridge, entre Merville e Franceville.  Cruzamos a ponte exatamente igual, jå que a original descansa ao lado, no Memorial Pégasus. Ao lado da ponte, em ambos os lados, canhões, ninhos de metralhadoras, torres, campos minados, dåo uma idéia da ferocidade da batalha. Um pequeno caminho que acompanha o rio orne, recebeu alguns bustos de soldados britânicos e pedras com placas comemorativas com os nomes dos soldados que lå perderam a vida. No Memorial Pégasus vimos partes dos planadores que lå desceram e outros ainda inteiros e bem conservados, canhões anti-aéreos, tanques, carros de combate, enfim toda parafernália utilizada nos combates. Horas depois atravessamos novamente a ponte, agora a pé e fomos tomar refrigerantes numa lanchonete agradável e bem localizada, onde vendiam-se souvenires. No local vários quadros retratavam a ferocidade da batalha, deixando-nos com um nø na garganta e no intimo pedindo a Deus que afastasse a humanidade de outro conflito dessa envergadura. Vejam as fotos do local: